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segunda-feira

LAVA DOS CORPUS

 "Vens até mim, na fantasia de um desenfreado desejo
e com as tuas mãos cheias de carícias tocas-me,
ao mesmo tempo que a tua voz doce diz que me quer
e fazes poesia no meu corpo inteiro.
Passeias as mãos por todos os poros
desalinhando a pouca roupa que me decora,
mordes-me o pescoço, os ombros, e gemo numa dor boa.
A tua língua desce até ao meu seio e sinto o arrepio
em braços, pernas, nuca. 
As minhas mãos tremem
à mercê da vontade de querer sentir-te ainda mais,
passo-as plas tuas costas e já endurecida
sinto-te hirto... procuras-me,
e não resisto em tomar-te e acariciar-te...
enquanto abro ligeiramente as pernas,
para receber os teus dedos 
que se molham na fluente da minha fonte.
Os minutos arrastam-se e nossos corpos pedem mais.
Quero ser tua e que me tomes nesta sede de te amar.
Ajeitamo-nos para membros se fenderem
e trotearem o compasso síncrono brando e doce
que aumenta pelos pulsares sanguíneos das carnes febris
e neste balanço perpétuo, 
gememos imperceptíveis
e vamos até ao fim do mundo 
que há no fim das profundezas
de dois corpos que se amam 
e levitamos como lava de um vulcão,
colados no êxtase do prazer.
Cansados e suados, ficamos quietos largados,
permanecemos abraçados no amor
que acabamos de fazer"

Fathy Kard

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