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quinta-feira

CHAVE DO CORPUS

Tens a chave do meu Corpu,
onde se desvenda o desejo ardente 
de ter a tua lingua
a expelir-me na vontade louca,
de sentir os teus dedos no meu corpo pulsante,
que fazem aflorar o prazer intenso 
que retenho por me tomares.
Intensamente deixar alastrar esse calor 
que me entumece
Beber dos lábios, o molhado dos beijos,
cheirar o suor que nos alaga na pele
estender a vontade louca que nos invade
deixar dominar por esse fogo 
que incendeia impetuosamente
de nos consumirmos nas entranhas.
Fazermos soltar o arrulho brando do deleite
ao cingirmos os corpus
e desvalecermos na plenitude que cessa
o momento divino da delicia sucedida.

Fathy Kard

segunda-feira

LAVA DOS CORPUS

 "Vens até mim, na fantasia de um desenfreado desejo
e com as tuas mãos cheias de carícias tocas-me,
ao mesmo tempo que a tua voz doce diz que me quer
e fazes poesia no meu corpo inteiro.
Passeias as mãos por todos os poros
desalinhando a pouca roupa que me decora,
mordes-me o pescoço, os ombros, e gemo numa dor boa.
A tua língua desce até ao meu seio e sinto o arrepio
em braços, pernas, nuca. 
As minhas mãos tremem
à mercê da vontade de querer sentir-te ainda mais,
passo-as plas tuas costas e já endurecida
sinto-te hirto... procuras-me,
e não resisto em tomar-te e acariciar-te...
enquanto abro ligeiramente as pernas,
para receber os teus dedos 
que se molham na fluente da minha fonte.
Os minutos arrastam-se e nossos corpos pedem mais.
Quero ser tua e que me tomes nesta sede de te amar.
Ajeitamo-nos para membros se fenderem
e trotearem o compasso síncrono brando e doce
que aumenta pelos pulsares sanguíneos das carnes febris
e neste balanço perpétuo, 
gememos imperceptíveis
e vamos até ao fim do mundo 
que há no fim das profundezas
de dois corpos que se amam 
e levitamos como lava de um vulcão,
colados no êxtase do prazer.
Cansados e suados, ficamos quietos largados,
permanecemos abraçados no amor
que acabamos de fazer"

Fathy Kard

domingo

ESPIRAL DO CORPUS

 "Não nos temos na palma da mão, 
bailamos em jeito de um passo doble 
que só nós conhecemos,
e misturamo-nos sem acorbertar 
a vontade ritmica lida dos sentidos,
Há sempre um mistério que alimenta, 
e que faz desejar...
onde se suga e quer ser sugado, 
onde se lambe e se é lambido, 
onde se chupa e é chupado."

Fathy Kard

ÊXTASE DOS CORPUS

  "Sob a luz ténue de essências e sabores,
murmuras-me um abraço 
que guia as minhas mãos cegas,
pelos contornos das colinas do teu corpo,
Beijo a beijo, 
lábios percorrem o rio do suor incito na pele
fundimo-nos como cascata,
que se alaga num leito macio e sedoso
e contornamo-nos em curvas e contra-curvas do delirio.
Num borbulhar imperceptível 
corpos encontram-se na sede que bebemos poro a poro
e criamos um mundo onde só cabemos nós,
quando ajustados se queimam e gritam êxtase.
afogando-se no libidinoso fulgor 
do sangue que ferve ao vibrar."

Fathy Kard